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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Ao Robson , In Memoriam (18/10/1971 – 27/10/2011)

A alma é um sopro, um sopro de vida que de repente se vai.
Eu hoje não estou alegre e nem triste, estou desbotado , meio assim sem cor, com minha matutação sobre a vida e seus motivos.
Tudo vai bem, ou parece bem e de repente, não mais que de repente a morte visita nossa alma e nos arrasta, deixando para trás nosso mundo inacabado e nossos entes queridos. A vida é devir, e o devir da vida é a morte. Não há dia, nem hora nem ano. A morte é uma certeza incerta... viaja no tempo que é seu tempo, não poupa crianças , jovens e nem velhos.
Foi assim com meu enteado Robson, de repente ele se foi jovem, e o que fica dele alem de esposa e dois filhos?
Para mim fica um poema epígrafe do nosso reencontro:

“O Adilson poeta: alguém que sublimou a matematicidade tão marcante em si! Situou-a no contexto devido. Domina ambas linguagens, melhor dizendo, (deixando os hegemonismos de lado) transita por ambas as linguagens.
A fase das Rugas
Idas e vindas, junções e distanciamentos entre humanos.
Fases complexas na teia da vida.
Conexões e desconexões e reconexões
Na Rede primária da qual a Internet é apenas esboço rudimentar.

Eu não vi meu padastro na Internet.
De imediato.
Ele não está lá?
Ele desconfigurou-se como tal devida às circunstâncias?
Ele recomeçou diferente como pai astro alhures?
Creio que sim.

Mas efetivamente eu não o vi na Internet.
Mesmo tendo lido seu Blog.
Ainda que tenha clicado em seus rastros virtuais.
Ali e acolá.

Eu vi primeira e incisivamente suas rugas da madureza.
E elas, na medida em que falavam dele,
decifravam algo de mim.

Pois o jovem ousado dantes passou.
E o adulto conflituadíssimo também.
Restou o melhor: o pré-ancião
de múltiplas iniciativas.
Filosofante, palestrante, poetante, conselheirante...

Aquelas rugas singulares na blogsfera
me anunciaram, num instante tudo isso.

E eu que também prossigo
serenamente relevo as titânicas adversidades havidas.
Para apreciar as novas qualidades conquistadas
O novo jeito de viver consolidado.

Consolidação que não há recaída que impacte.
Solidez. Solidez com. Relevantar sempre.
Tanto para os bipolares como eu
Quanto para todos os que jornadeiam.

Robson Santos
9 de março de 2011 10:55 “

Pois é ...a morte é uma certeza incerta...
(©by Adilson S. Silva)

domingo, 16 de outubro de 2011

Abstração ...

Abstração ...

Alienarei meu olhar para sempre,
Dessa imago que é teu rosto,
Imagem fugidia desses sonhos,
Que invade , revisita , é recorrente.

Desviarei meu olhar para além,
Dos pensamentos, da vontade , da tormenta;
Dos desejos , do ter e não possuir,
Sonhos que não se sustentam.

As letras, a poesia ,o canto,
O teu rosto, véu, enigmas, traz,
Alienarei o desvelar,o momento.

Seguirei , cantarei pelos umbrais
Assim , quando me ouvires,
Entenderás o segredo do acontecimento...

(©by Adilson S. Silva)